O conteúdo da série se baseia nas tipologias documentais Cartas, Telegramas, Código Telegráfico (Ribeiro), Relatórios dos Trabalhos das Minas e Diários de Ocorrências. Tais documentos registram não apenas as atividades voltadas à gestão da companhia, como também atestam detalhesa respeito da produção carbonífera e dos investimentos efetuados pela
empresa na região.
Nas Cartas, há a correspondência encardenada ou avulsa relativas aos contatos realizados entre os administradores da Companhia Minas de Carvão do Jacuhy, seus subalternos, parceiros comerciais e sócios. A correspondência trata, basicamente, dos detalhes relativos à construção da Estrada de Ferro do Jacuhy (1917-1920), as despesas realizadas com a obra, listados de dívidas a pagar, relacionamento com organismos tais como a Cooperativa das Minas e a Caixa de Socorro, envio de relatórios referentes à movimentação no processo de extração do carvão e decisões de caráter gerencial e administrativo. Os livros chamados de “copiadores” contém correspondência organizada de acordo com os remetentes e destinatários, envolvendo a Matriz, as minas e as agências da companhia em outras praças. Tais documentos assinalam a estrutura de mando e as esferas de decisão da empresa ao longo do tempo.
Os Telegramas incluem documentação entre os acionistas Horta Barbosa e Arrojado Lisboa, referentes à abertura dos primeiros poços da Minas do Leão, além boletins de serviço, relatórios de atividades nas minas e cor-
respondência entre a superintendência da Companhia e os diretores da mesma, no Rio de Janeiro.
O Código Telegráfico refere-se ao Código Telegráfico Ribeiro, que é o instrumento de padronização de linguagem e contato utilizado pelas companhias para comunicação telegráfica.
O Relatório de Trabalho nas Minas abrange o período de 1919-1920, contendo informações semanais informações
semanais dos trabalhos realizados nas Minas do Leão, apresentando dados sobre as produções médias diárias e totais do Poço Wenceslau Braz e medição das galerias. Dentre as temáticas abordadas, constam os relatos sobre a produção recorde no Poço Wenceslau Braz, no ano de 1919, creditada à entrada de novos mineiros nos quadros funcionais
da Companhia; por outro lado, é mencionada a falta de pessoal para fazer a escolha do carvão no chão, gerando acúmulo ao lado da via-férrea. Também compõem essa Tipologia, Relatórios pormenorizados sobre acidentes com os maquinários e seu funcionamento; informações; a ventilação no Poço; oficinas e caldeiras; novas instalações na Mina, bem como planos de exploração e os pagamentos de operários, salientando os atrasos em seus pagamentos, em janeiro de 1920, e a preocupação da Companhia com a “nova explosão” que isso ocasionará, e que, dessa feita, não será fácil de conter como a anterior. De igual modo, há registros dos bailes realizados nas Minas, salientando sua iluminação com luz elétrica, e o fato de trazerem diversão à monotonia da vida dos trabalhadores. Mencionam-se, também, os relatos sobre a urgência de organizar e publicar os estatutos da Caixa de Socorro, para que cada sócio saiba suas obrigações e direitos.
Os Diários de Ocorrência abrangem o ano de 1919, sendo relatos da produção na Mina do Leão, feitos pelos engenheiros e ajudantes da Companhia. Neles estão registradadas a punho as relações de ocorrências e notas referentes ao serviço durante cada turno de trabalho, registrando falta de materiais e de pessoal, e a produção no Poço Wenceslau Braz, dentre outros. Nos Diários constam, também, registros do cotidiano dos dias de trabalho das minas, onde as “novidades”, acidentes, e os dias em que os trabalhos foram “muito mal” são relatados com minúcias pelos responsáveis da Companhia.