Fundo BR RSMC 02 - Companhia Minas de Carvão do Jacuhy (CMCJ)

Área de identificação

Código de referência

BR RSMC 02

Título

Companhia Minas de Carvão do Jacuhy (CMCJ)

Data(s)

  • 1916 - 1936 (Produção)

Nível de descrição

Fundo

Dimensão e suporte

Papel, textual
1,92 metros lineares

Área de contextualização

Nome do produtor

(1917-1940)

História administrativa

As origens desta companhia remontam ao século XVIII, início das descobertas de jazidas de carvão mineral no Brasil encontradas ainda em 1795 em Curral Alto, em terras então pertencentes ao espanhol Francisco Leão. Até 1915, no entanto, as jazidas da chamada Mina do Leão não foram sistematicamente exploradas. A partir daí, Albina Freitas de Souza e seus filhos, proprietários das terras, delegam a Ricardo de Souza Porto a possibilidade de pesquisar e realizar sondagens sobre a capacidade mineral no local. Para isso, Porto chama o engenheiro alemão Otokar Pauthner, já que o mesmo tinha experiência no trabalho nas minas de Arroio dos Ratos, então pertencentes à Companhia Estrada de Ferro e Minas de São Jerônimo CEFMSJ. Em 1916, os proprietários da estância do Leão resolveram arrendar as terras para Frederico Bueno Horta Barbosa, antigo diretor das Minas de Arroio dos Ratos, que passou a ter o direito de exploração do local por sessenta anos. Com isso, Horta Barbosa passa a ter o compromisso de abrir três poços de extração de carvão e de construir uma linha férrea para ligá-los, além de infraestrutura que previa a construção de casas, pontes e instalação de linhas telefônicas. Ainda em 1916, Hora Barbosa uniu-se aos empresários João Proença, Manoel Buarque de Macedo (na época, diretor do Lloyd brasileiro e da CEFMSJ) e Luiz Jacques de Freitas Vale (importante comerciante da época) para fundar a Companhia Carbonífera do Jacuí, com sede inicial no Rio de Janeiro e com prerrogativas de exploração do carvão encontrado na Mina do Leão. O então governo federal, representado por Wenceslau Braz, financiou o negócio com mil e quinhentos contos em dinheiro e em embarcações. Inicialmente, a exploração se deu via extração a céu aberto e, logo depois, percebendo o potencial da região, foram abertos três poços por perfuração. A mina do Leão chegou a render 1.500 toneladas de carvão por mês e abastecia, sobretudo, os vapores da Companhia de navegação Lloyd brasileiro, companhia de navegação estatal. Em 1917 a companhia passa a ter o nome definitivo: Companhia Minas de Carvão do Jacuí, agora com sede em Porto Alegre e contando com dois representantes diretos do Governo Federal na direção, já que este passa a ter metade das ações da empresa. Em 1918, com a ascensão de Delfim Moreira à presidência, o governo federal passa a demonstrar desinteresse na continuidade do negócio, culminando com a retirada, em 1919, da União da sociedade e com ela assumindo as dívidas da companhia junto ao Banco do Brasil. Nos anos seguintes, houve grande dificuldade dos empresários em dar seguimento à exploração sem o financiamento do governo federal. Já em 1930, os herdeiros de Albina Freitas de Souza romperam o contrato de concessão da Mina, que deixa então de pertencer à Companhia Minas de Carvão do Jacuí. Em 1940 a Companhia foi finalmente liquidada, possuindo muitas dívidas. Na assembleia geral responsável por sua liquidação, apenas a Estrada de Ferro do Jacuí foi declarada como conquista positiva da empresa. 

Entidade custodiadora

História do arquivo

De 1996 a 2008 a documentação esteve sob a guarda da ACUB, Associação Cultural Butiaense, mais especificamente no Engenho Novak, de propriedade da professora butiaense Gertrudes Novak. Em 2009, a partir do agravamento dos problemas estruturais no local citado, a documentação é transferida para a empresa Copelmi, até que a sede do atual Arquivo Histórico da Mineração, no Museu do Carvão, tivesse condições adequadas para armazená- la. No ano de 2011, com interferência de órgãos de preservação do patrimônio histórico- cultural são garantidos recursos , via empresa Copelmi, para que tais reformas fossem viabilizadas. Em 2013 a documentação volta ao Museu Estadual do Carvão, já em condições de ser armazenada e é então firmado um acordo de cooperação entre o Governo do Estado, novamente com a Colpelmi, para organização do acervo.
Hoje, organizado e disponível para consulta, constitui-se em um dos mais importantes acervos da América Latina sobre história da mineração de carvão.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Doação da empresa COPELMI.

Área de conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

O Fundo Companhia Minas de Carvão do Jacuhy (CMCJ), englobando o período de 1916 (criação da CIA da qual ela resultará) a 1936 (formação do Consórcio de Empresas de Mineração) reúne informações acerca das atividades de produção, exploração, comercialização e escoamento da produção, notadamente com a Estrada de Ferro Jacuhy, de
propriedade da CMCJ até o ano de 1920; com sua Superintendência nas minas e em Porto Alegre; e a Matriz da Companhia no Rio de Janeiro. Vinculações com órgãos e entidades governamentais, assim como com as demais empresas de mineração da região do Baixo Jacuí, também se fazem presentes na documentação produzida, reunida e acumulada
pela empresa e sua Estrada de Ferro.

Avaliação, seleção e eliminação

Não há conhecimento sobre eliminação, sendo preservação permanente.

Incorporações

Não se aplica

Sistema de arranjo

O fundo da Companhia Minas de Carvão do Jacuhy foi estruturado a partir do estudo da estruturação de dita companhia e das funções mapeadas junto ao organismo produtor. As tipologias localizadas foram adequadas à estruturação (séries), seja por sua pertinência quanto às funções, seja pelos assuntos localizados (com predominância do primeiro método). A nomenclatura utilizada foi, em sua maioria, a mesma localizada junto aos documentos, o que permitiu remontar, ainda que
parcialmente, a organicidade da empresa. Ao todo, foram identificadas cinco séries, três delas a partir dos registros localizados, especialmente na correspondência entre os administradores da companhia. A série “Pessoal” foi a única sobre a qual não se encontraram informações precisas, sendo também a única cuja denominação não aparece de forma explícita nos documentos.

Área de condições de acesso e uso

Condições de acesso

Pesquisas são gratuitas e é necessário apenas agendamento prévio por e-mail ou telefone. No Arquivo Histórico há sala para pesquisa e equipamentos de proteção individual (máscaras e luvas).

Condiçoes de reprodução

Idioma do material

    Script do material

      Notas ao idioma e script

      Características físicas e requisitos técnicos

      Instrumentos de descrição

      Área de materiais associados

      Existência e localização de originais

      Fundo composto por documentos originais e cópias não localizadas em outras instituições.

      Existência e localização de cópias

      Não há conhecimento de cópias em outra instituição.

      Unidades de descrição relacionadas

      Área de notas

      Identificador(es) alternativos

      Pontos de acesso

      Pontos de acesso de assunto

      Pontos de acesso de nome

      Pontos de acesso de gênero

      Área de controle da descrição

      Identificador da descrição

      Identificador da entidade custodiadora

      Regras ou convenções utilizadas

      Estado atual

      Nível de detalhamento

      Datas de criação, revisão, eliminação

      Criação da primeira versão nos Acervos da Cultura do RS: outubro de 2021.

      Idioma(s)

        Sistema(s) de escrita(s)

          Fontes

          A descrição arquivística do fundo foi publicada pelos seus autores e está disponível em:
          ENRIQUEZ VIVAR, Jorge Eduardo; SIMÕES, Silvia; COUGO JUNIOR, Francisco Alcides. Museu Estadual do Carvão: guia do Arquivo Histórico (1891-1936). Porto Alegre: Arquivistas Sem Fronteiras, 2016. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/238718.

          A inserção das informações nos Acervos da Cultura do RS foi realizada por Liana Ribeiro, historiadora, e por Guilherme Garcia, estágio em História.

          Área de ingresso