Discoteca Pública Natho Henn

• DPNH

• Estadual

A Discoteca Pública Natho Henn (DPNH) foi idealizada e fundada, em 1954, pelo pianista e compositor quaraiense Nathalio Henn (1901-1958), que foi seu primeiro diretor entre 1954 e 1958. A instituição é criada, oficialmente, pela Lei estadual nº 2345 de 29 de janeiro de 1954. Inicialmente, chamou-se apenas Discoteca Pública. Após a morte de Natho Henn, é editado um decreto de renomeação, o Decreto nº 10.645, de 30 de julho de 1959, e a instituição passa a receber em sua denominação o nome e sobrenome de seu ilustre fundador e primeiro diretor. Ao longo dos anos, a DPNH esteve subordinada a diferentes secretarias de Estado, hoje extintas. Primeiramente, em seus anos iniciais, fez parte da Divisão de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura. Posteriormente, integrou o Departamento de Assuntos Culturais, da mesma Secretaria, o Departamento de Cultura, da Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo e a Subsecretaria da Cultura, da Secretaria da Educação. Desde 1994, a partir da publicação do primeiro Regimento Interno da Secretaria de Estado da Cultura (SEDAC), a DPNH integra a estrutura administrativa deste órgão, estando, atualmente, subordinada ao Departamento de Artes e Economia Criativa do mesmo.

A Discoteca Pública ao longo de sua existência, funcionou nos seguintes locais na cidade de Porto Alegre:

De 1954 a 1960 na Praça Dom Feliciano, 78;

De 1960 a 1972 na Rua Carlos Chagas, 55 (Prédio da Secretaria de Educação e Cultura RS) e posteriormente na Rua Uruguai (Ed. Comendador Azevedo);

De 1972 a 1975 na Rua Vigário José Inácio, 440;

De 1975 a 1983 na Avenida Otávio Rocha 179, 3° andar e, a partir de julho de 1980, passou a ocupar a sala 41, no 4° andar do mesmo prédio;

De 1983 a 1989 na Travessa Araújo Ribeiro, hoje Travessa dos Cataventos, antigo Hotel Majestic, 1° andar;

De 1989 a 1990 na Rua dos Andradas, 250, sede do Museu do Trabalho;

De 1990 até a atualidade, Rua dos Andradas 736, 4° andar, Casa de Cultura Mario Quintana.

Em sua sede atual, mantém diversos espaços, onde estão acondicionados seus acervos e onde se realizam recitais, oficinas de música, exposições, audições de discos e vídeos, consultas discográficas e bibliográficas.

RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Educação e Cultura. Lei 2.345 de 29 de janeiro de 1954 institui a Divisão de Cultura da Secretaria Estadual de Educação e Cultura. Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 09 de abril de 1954;

RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Educação e Cultura. Decreto Nº 10.645, de 30 de julho de 1959. Denomina a Discoteca Pública da Divisão de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura. Cria na Secretaria da Educação e Cultura. Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 31 de julho de 1959.

Atualmente, a estrutura administrativa da DPNH possui três instâncias: diretoria, equipe técnica e apoio administrativo. A diretoria da instituição é ocupada por um cargo comissionado, indicado pela Secretária de Estado da Cultura. A equipe técnica é composta por servidores concursados de nível médio, ocupando o cargo de Agente administrativo e de nível superior, com formações em Música e outras áreas, ocupando cargos de Analista em assuntos culturais. O apoio administrativo é realizado por estagiários de diferentes áreas, como Música, Políticas Públicas, Biblioteconomia e Arquivologia. A DPNH conta, ainda, com prestadores de serviços comunitários, através de parceria firmada com a Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas do TJ-RS.

Ao longo dos anos, a política de gestão dos acervos da DPNH sofreu variações, conforme diferentes momentos históricos e gestões político-administrativas. A documentação institucional atualmente disponível permite vislumbrar três fases de uma evolução acerca dos critérios e estabelecimento de normas sobre a entrada de documentos em seus acervos: a) uma primeira fase, que se estende, aproximadamente, da fundação da DPNH até, aproximadamente, o final dos anos 1980, marcada pela formação inicial dos acervos e por uma política informal de gestão dos mesmos, sem maiores apoios em instrumentos normativos e administrativos oficializados; b) uma segunda fase, que vai do início dos anos 1990, com a vinda da DPNH para o prédio da Casa de Cultura Mario Quintana até aproximadamente 2018, marcada pelo maior acúmulo quantitativo de itens, principalmente em seu acervo discográfico. Nesta fase, apesar da entrada de itens ainda se dar, muitas vezes, sem o devido lastreamento em normas e critérios bem estabelecidos e oficializados de seleção, começam a aparecer, na documentação da instituição, as primeiras versões de Regimentos Internos, junto aos quais se passa a estabelecer algumas diretrizes mais claras e coerentes sobre a gestão dos acervos; c) uma terceira fase, que se estende aproximadamente entre 2018 e o presente, que é marcada por um esforço consciente e concentrado da parte de diretores e servidores de revisar, reformular e publicar oficialmente as redações anteriores de Regimentos Interno da instituição, quanto estabelecer e institucionalizar instrumentos e normas de gestão de acervos apropriados ao mandato legal e aos objetivos da instituição.

No presente momento, a DPNH está retomando os trabalhos com uma Comissão de Acervos formada, inicialmente, em 2018, visando efetivar sua Política de Gestão de Acervos, cujas linhas mestras serão pautadas pela relevância e adequação do material candidato a ser acolhido pelo acervo diante do mandato legal da DPNH, bem como frente às normas que já constavam da minuta do Regimento Interno da DPNH, elaborada em 2018:

“A Gestão do Acervo da DPNH é definido pelos seguintes critérios: a seleção e aquisição regulam a entrada de novos discos na instituição através de aquisições por compra, permuta, doação, legado ou gravações, cuja propriedade seja transferida para a DPNH; Para que o material fonográfico (discos 78, 45 e 33 rpm, compactos, CDs, fitas cassete e de rolo) seja integrada ao acervo da discoteca, alguns critérios são levados em consideração: o estado de conservação do material (condições físicas e qualidade técnica); restrições de uso por parte do doador e não violar nenhuma legislação, conforme define a Instrução de Trabalho nº 01/2018. Ao receber doações para a Discoteca Pública o responsável deverá esclarecer que a avaliação, seleção e tratamento dos itens serão efetuados de acordo com as normas da Discoteca; A Discoteca poderá descartar seu acervo em situações específicas, podendo ser efetivado por meio de doação, transferência, troca ou destruição. Nesse caso, também serão considerados critérios como a impossibilidade de manutenção do disco, condições físicas (discos irrecuperáveis, arranhados, cujo estado de conservação interfere no uso), readequação do foco da coleção, inadequação (discos cujos conteúdos não interessam à instituição, mas incorporados ao acervo anteriormente, sem uma seleção prévia) e duplicatas."

Atualmente, a Discoteca encontra-se no 4° andar da Casa de Cultura Mario Quintana. Sua área compreende 560,99m² que divide-se em uma biblioteca especializada em música, duas salas administrativas, uma sala para exposição, uma sala para ensaio e um auditório.
Um dos locais mais emblemáticos da instituição é o Espaço Lupicínio Rodrigues, local que dispõe de 171,86m². É o ambiente onde eram realizadas as audições individuais, com fones de ouvido, de discos de vinil e CDs, previamente selecionados pelos ouvintes entre os disponíveis no acervo. O Espaço Lupicínio Rodrigues recebeu esta denominação em homenagem ao célebre cantor e autor de memoráveis composições, entre as quais: Felicidade (1947), Esses moços (1948), Nervos de Aço (1947) etc. Lupicínio Rodrigues consagrou-se pela qualidade de suas obras e características de seu estilo. O compositor nasceu e morreu em Porto Alegre.
Há também o antigo Mezanino, agora intitulado Palco Lory F., em 24 de julho de 2021, que é constituído por uma área total de 25,05m². É um local destinado a pocket shows, exposições e ensaios abertos. Lorice Maria Finocchiaro – Lory F. – foi um importante expoente da música gaúcha, em essencial para a história do rock gaúcho. Baixista, cantora, compositora, produtora musical e desenhista, fez partes de inúmeras bandas como, Cor de Rosa, Sempre Livre, Sombras da Noite, Pretty Woman Band e a sua Lory F. Band, de forma que a homenagem eterniza a presença e a importância de mais uma mulher gaúcha na história da música e da cultura brasileira.
A sala intitulada Acervo, outrora nomeada de Processamento Discográfico, conta com 38,43m², e é onde estão armazenados grande parte do acervo discográfico da instituição. Neste local conta com discos de vinil – incluindo discos de 78 rpm e compactos –, fitas cassete, CDs e DVDs.
A Biblioteca Armando Albuquerque, conta com 67,52m² e é o espaço que propicia o suporte bibliográfico ao acervo musical da Discoteca Pública Natho Henn. Seu acervo é especializado em música, sendo constituído de livros, partituras, clipagens e revistas de época. A pesquisa é local, não havendo empréstimo fora da sede. Recebeu esta denominação em homenagem ao compositor, pianista, professor e musicólogo, Armando Amorim Albuquerque, natural de Porto Alegre. Sua atividade foi de suma importância para a Música no Rio Grande do Sul, tendo exercido docência no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, além de ser um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea. É notória a publicação de seu livro “Obra Musical de Natho Henn”, em 1974, em que revisa 12 músicas para Piano e 12 músicas para Piano e Voz de Natho Henn.

A Sala A4 - Irmãos Moritz conta com 14,14m² e é uma sala voltada para ensaios e a realização de oficinas e cursos, com reduzido número de participantes. Recebeu esta denominação em homenagem aos irmãos Maria Godoy Moritz e Paulo Antônio Moritz. A professora Maria Moritz dirigiu o Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura (SEC) na década de sessenta. Paulo Antônio Moritz foi jornalista e crítico de Arte, por 35 anos integrado à Folha da Tarde e 15 anos ao Correio do Povo, além de ser um notório incentivador das artes, especialmente da música lírica, de concerto, de balé e a sacra.
A Sala B4 - Radamés Gnattali é constituída por um espaço de 16,90m² e é onde realizam-se exposições temáticas voltadas para a área da música. A homenagem se deu ao compositor, arranjador, maestro, pianista, violinista, regente e professor. É autor de inúmeras obras musicais, no Brasil e no exterior, tendo trabalhado em rádios e TVs, como arranjador e regente.
O Auditório Luis Cosme, é constituído por uma área total de 96,13m² dentre hall, camarim e o auditório propriamente dito. É destinado a apresentação de concertos e visa auxiliar a divulgação de novos valores musicais. Nele se realizam ainda palestras, seminários e cursos. O espaço, que passou por reformas no final de 2022 e metade de 2023, conta com 86 lugares fixos, equipamento de monitoração de som bem como tela e projetor de vídeo.

Os acervos da DPNH são constituídos de, aproximadamente, 31.549 discos LP’s, 10.016 discos compactos, 10.041 CD’s, 3.342 livros técnicos especializados da área de Música e afins e
17.168 partituras musicais. A DPNH também possui um pequeno acervo documental, composto por documentos e papéis variados que pertenceram a seu fundador, Natho Henn, e de documentos referentes a suas atividades meio e fim, realizadas ao longo dos anos; um pequeno acervo de manuscritos de partituras musicais de compositores gaúchos e um acervo de recortes de jornais de temas musicais (clipagens). Os materiais dos acervos da DPNH compreendem três categorias:

Material reservado a atividades de difusão cultural, audição e pesquisa musical;

Material de consulta e livre acesso;

Material de consulta sem livre acesso.

A grande maioria dos itens que compõem os acervos da DPNH resultam de doações de pessoas físicas. Uma exceção é o acervo discográfico do extinto Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF), composto de aproximadamente12.891 itens, que foi recebido em doação após a extinção desta instituição.

ARNECKE, Giana Lagranha de Souza. Discotecas públicas de Porto Alegre: espaços de preservação e difusão da memória cultural. Porto Alegre - 2012
Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/54250
Acesso em: 09 ago. de 2023.

SPÍNDOLA, Fernanda da Silva. Vinil em Rede: estudo sobre a cultura deste suporte no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2011.
Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/31155
Acesso em: 09 ago. de 2023.

Atendimento ao público: de segunda a sexta, das 10h às 18h.

As exposições, oficinas e demais eventos promovidos pela Discoteca Pública Natho Henn têm acesso gratuito e são abertas ao público. Os acervos sob responsabilidade da instituição são de acesso público, disponibilizados para pesquisas mediante agendamento prévio. Podem existir restrições de acesso nos casos em que os itens se encontrem em tratamento técnico ou apresentem quaisquer fragilidades físicas que coloquem sua integridade em risco.
As audições individuais de acervo discográfico são realizadas mediante prévio agendamento via e-mail, necessário que o solicitante traga seus próprios fones de ouvido.

Há espaços capacitados para receber pessoas com mobilidade reduzida, pois o prédio em que a Discoteca está sediada conta com elevadores em ambas as alas, banheiros adaptados e rampas de acesso para as pessoas transitarem livremente pelas suas dependências. O palco Lory F. pode ser acessado apenas por meio de escadas.

As pesquisas presenciais ocorrem mediante agendamento pelo e-mail discotecanathohenn@sedac.rs.gov.br, conforme disponibilidade da instituição. O espaço de pesquisa, na Biblioteca Armando Albuquerque, conta com mesas redondas, tomadas elétricas para uso de computadores portáteis e multifuncional para digitalização e cópia. No ano de 2022 a Discoteca adquiriu um software de gestão e controle de acervos chamado Automação de Bibliotecas e Centros de Documentação (ABCD), cujo objetivo é tornar acessível ao público o catálogo discográfico, bibliográfico e documental da instituição, para disponibilização de forma online e digital em site próprio.

Atualmente a Discoteca não realiza serviços de reprodução pelo fato de a maior parte de seu acervo ser protegido pela Lei N° 9.610 - Lei de Direitos Autorais, salvo obras já em domínio público.

BRASIL. Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm. Acesso em: 10 ago. 2023.

Ao público visitante, é possível acessar os espaços abertos da instituição, como a sala de audição, localizada no Espaço Lupicínio Rodrigues e também o Palco Lory F., visitação de salas e auditório Luis Cosme mediante solicitação.

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