Área de identificação
Tipo de entidade
Forma autorizada do nome
Forma(s) paralela(s) de nome
Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras
Outra(s) forma(s) de nome
- CMCJ
identificadores para entidades coletivas
Área de descrição
Datas de existência
Histórico
As origens desta companhia remontam ao século XVIII, início das descobertas de jazidas de carvão mineral no Brasil encontradas ainda em 1795 em Curral Alto, em terras então pertencentes ao espanhol Francisco Leão. Até 1915, no entanto, as jazidas da chamada Mina do Leão não foram sistematicamente exploradas. A partir daí, Albina Freitas de Souza e seus filhos, proprietários das terras, delegam a Ricardo de Souza Porto a possibilidade de pesquisar e realizar sondagens sobre a capacidade mineral no local. Para isso, Porto chama o engenheiro alemão Otokar Pauthner, já que o mesmo tinha experiência no trabalho nas minas de Arroio dos Ratos, então pertencentes à Companhia Estrada de Ferro e Minas de São Jerônimo CEFMSJ. Em 1916, os proprietários da estância do Leão resolveram arrendar as terras para Frederico Bueno Horta Barbosa, antigo diretor das Minas de Arroio dos Ratos, que passou a ter o direito de exploração do local por sessenta anos. Com isso, Horta Barbosa passa a ter o compromisso de abrir três poços de extração de carvão e de construir uma linha férrea para ligá-los, além de infraestrutura que previa a construção de casas, pontes e instalação de linhas telefônicas. Ainda em 1916, Hora Barbosa uniu-se aos empresários João Proença, Manoel Buarque de Macedo (na época, diretor do Lloyd brasileiro e da CEFMSJ) e Luiz Jacques de Freitas Vale (importante comerciante da época) para fundar a Companhia Carbonífera do Jacuí, com sede inicial no Rio de Janeiro e com prerrogativas de exploração do carvão encontrado na Mina do Leão. O então governo federal, representado por Wenceslau Braz, financiou o negócio com mil e quinhentos contos em dinheiro e em embarcações. Inicialmente, a exploração se deu via extração a céu aberto e, logo depois, percebendo o potencial da região, foram abertos três poços por perfuração. A mina do Leão chegou a render 1.500 toneladas de carvão por mês e abastecia, sobretudo, os vapores da Companhia de navegação Lloyd brasileiro, companhia de navegação estatal. Em 1917 a companhia passa a ter o nome definitivo: Companhia Minas de Carvão do Jacuí, agora com sede em Porto Alegre e contando com dois representantes diretos do Governo Federal na direção, já que este passa a ter metade das ações da empresa. Em 1918, com a ascensão de Delfim Moreira à presidência, o governo federal passa a demonstrar desinteresse na continuidade do negócio, culminando com a retirada, em 1919, da União da sociedade e com ela assumindo as dívidas da companhia junto ao Banco do Brasil. Nos anos seguintes, houve grande dificuldade dos empresários em dar seguimento à exploração sem o financiamento do governo federal. Já em 1930, os herdeiros de Albina Freitas de Souza romperam o contrato de concessão da Mina, que deixa então de pertencer à Companhia Minas de Carvão do Jacuí. Em 1940 a Companhia foi finalmente liquidada, possuindo muitas dívidas. Na assembleia geral responsável por sua liquidação, apenas a Estrada de Ferro do Jacuí foi declarada como conquista positiva da empresa.
Locais
1916: sede na Cidade do Rio de Janeiro. Em 1917, a sede passa a ser em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
No município hoje conhecido como Minas do Leão, à época pertencente a São Jerônimo, Rio Grande do Sul, era localizada a exploração do carvão, controlada por essa empresa.
Estado Legal
Funções, ocupações e atividades
Extração de carvão.
Mandatos/fontes de autoridade
Informação não localizada.
Estruturas internas/genealogia
Contexto geral
O princípio da formação da Companhia Minas de Carvão do Jacuí está ligado ao início da prática mais sistemática de exploração do carvão no país, que remonta ao século XVIII. No início do século XX a empresa passa a contar com infraestrutura e condições materiais para uma exploração mais sistemática da chamada Mina do Leão, contando com financiamento do governo federal brasileiro. No cenário mundial, o período é marcado pela Primeira Guerra (1914- 1918) e, nessa conjuntura, é observada uma considerável quantidade de extração de carvão na localidade. É importante colocar que o conflito mundial produziu escassez do minério via importação, demandando soluções internas.
Localmente, a companhia também está inserida em um contexto de expansão da economia cafeeira através do crescimento das exportações do produto, ao mesmo tempo que se observa um afastamento da União neste empreendimento, cessando financiamentos.
Área de relacionamentos
Entidade relacionada
Identificador de entidade relacionada
Categoria da relação
Tipo de relação
Datas da relação
Descrição da relação
Área de pontos de acesso
Pontos de acesso de assunto
Pontos de acesso de local
Ocupações
Área de controle
Identificador de autoridade arquivística de documentos
Identificador da entidade custodiadora
Regras ou convenções utilizadas
Estado atual
Nível de detalhamento
Datas de criação, revisão e eliminação
Abril a julho de 2024
Idioma(s)
- português
Sistema(s) de escrita(s)
Fontes
ENRIQUEZ VIVAR, J.; SIMÕES, S. S.; COUGO JUNIOR, F. A. Arquivo Histórico da Mineração Carbonífera: inventário dos fundos documentais 1889-1996. Porto Alegre: Formadiagramação, 2021. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/2387;
Notas de manutenção
Pesquisa: Liana Ribeiro, historiadora, em abril de 2024. Adaptação dos dados e digitalização das fontes para a base de dados do Acervos da Cultura: Guilherme Garcia, estágio em História, abril a julho de 2024.