Companhia Minas de Carvão do Jacuhy

Área de identificação

Tipo de entidade

Entidade coletiva

Forma autorizada do nome

Companhia Minas de Carvão do Jacuhy

Forma(s) paralela(s) de nome

    Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras

      Outra(s) forma(s) de nome

      • CMCJ

      identificadores para entidades coletivas

      Área de descrição

      Datas de existência

      1917-1940

      Histórico

      As origens desta companhia remontam ao século XVIII, início das descobertas de jazidas de carvão mineral no Brasil encontradas ainda em 1795 em Curral Alto, em terras então pertencentes ao espanhol Francisco Leão. Até 1915, no entanto, as jazidas da chamada Mina do Leão não foram sistematicamente exploradas. A partir daí, Albina Freitas de Souza e seus filhos, proprietários das terras, delegam a Ricardo de Souza Porto a possibilidade de pesquisar e realizar sondagens sobre a capacidade mineral no local. Para isso, Porto chama o engenheiro alemão Otokar Pauthner, já que o mesmo tinha experiência no trabalho nas minas de Arroio dos Ratos, então pertencentes à Companhia Estrada de Ferro e Minas de São Jerônimo CEFMSJ. Em 1916, os proprietários da estância do Leão resolveram arrendar as terras para Frederico Bueno Horta Barbosa, antigo diretor das Minas de Arroio dos Ratos, que passou a ter o direito de exploração do local por sessenta anos. Com isso, Horta Barbosa passa a ter o compromisso de abrir três poços de extração de carvão e de construir uma linha férrea para ligá-los, além de infraestrutura que previa a construção de casas, pontes e instalação de linhas telefônicas. Ainda em 1916, Hora Barbosa uniu-se aos empresários João Proença, Manoel Buarque de Macedo (na época, diretor do Lloyd brasileiro e da CEFMSJ) e Luiz Jacques de Freitas Vale (importante comerciante da época) para fundar a Companhia Carbonífera do Jacuí, com sede inicial no Rio de Janeiro e com prerrogativas de exploração do carvão encontrado na Mina do Leão. O então governo federal, representado por Wenceslau Braz, financiou o negócio com mil e quinhentos contos em dinheiro e em embarcações. Inicialmente, a exploração se deu via extração a céu aberto e, logo depois, percebendo o potencial da região, foram abertos três poços por perfuração. A mina do Leão chegou a render 1.500 toneladas de carvão por mês e abastecia, sobretudo, os vapores da Companhia de navegação Lloyd brasileiro, companhia de navegação estatal. Em 1917 a companhia passa a ter o nome definitivo: Companhia Minas de Carvão do Jacuí, agora com sede em Porto Alegre e contando com dois representantes diretos do Governo Federal na direção, já que este passa a ter metade das ações da empresa. Em 1918, com a ascensão de Delfim Moreira à presidência, o governo federal passa a demonstrar desinteresse na continuidade do negócio, culminando com a retirada, em 1919, da União da sociedade e com ela assumindo as dívidas da companhia junto ao Banco do Brasil. Nos anos seguintes, houve grande dificuldade dos empresários em dar seguimento à exploração sem o financiamento do governo federal. Já em 1930, os herdeiros de Albina Freitas de Souza romperam o contrato de concessão da Mina, que deixa então de pertencer à Companhia Minas de Carvão do Jacuí. Em 1940 a Companhia foi finalmente liquidada, possuindo muitas dívidas. Na assembleia geral responsável por sua liquidação, apenas a Estrada de Ferro do Jacuí foi declarada como conquista positiva da empresa. 

      Locais

      1916: sede na Cidade do Rio de Janeiro. Em 1917, a sede passa a ser em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
      No município hoje conhecido como Minas do Leão, à época pertencente a São Jerônimo, Rio Grande do Sul, era localizada a exploração do carvão, controlada por essa empresa.

      Estado Legal

      Funções, ocupações e atividades

      Extração de carvão.

      Mandatos/fontes de autoridade

      Informação não localizada.

      Estruturas internas/genealogia

      Contexto geral

      O princípio da formação da Companhia Minas de Carvão do Jacuí está ligado ao início da prática mais sistemática de exploração do carvão no país, que remonta ao século XVIII. No início do século XX a empresa passa a contar com infraestrutura e condições materiais para uma exploração mais sistemática da chamada Mina do Leão, contando com financiamento do governo federal brasileiro. No cenário mundial, o período é marcado pela Primeira Guerra (1914- 1918) e, nessa conjuntura, é observada uma considerável quantidade de extração de carvão na localidade. É importante colocar que o conflito mundial produziu escassez do minério via importação, demandando soluções internas.
      Localmente, a companhia também está inserida em um contexto de expansão da economia cafeeira através do crescimento das exportações do produto, ao mesmo tempo que se observa um afastamento da União neste empreendimento, cessando financiamentos.

      Área de relacionamentos

      Entidade relacionada

      Companhia Estrada de Ferro e Minas de São Jeronymo (CEFMSJ) (1889- 1936)

      Identificador de entidade relacionada

      BR RSMC 01

      Categoria da relação

      associativa

      Tipo de relação

      Companhia Estrada de Ferro e Minas de São Jeronymo (CEFMSJ) é o parceiro de negócios de Companhia Minas de Carvão do Jacuhy

      Datas da relação

      1916 - 1940

      Descrição da relação

      A Companhia Minas de Carvão do Jacuhy foi responsável pela extração de carvão na região de Minas do Leão a partir de 1916. Sua origem está relacionada a acordos entre Diretores que faziam parte da CEFMSJ.

      Área de pontos de acesso

      Pontos de acesso de assunto

      Pontos de acesso de local

      Ocupações

      Área de controle

      Identificador de autoridade arquivística de documentos

      BR RSMC02

      Identificador da entidade custodiadora

      Regras ou convenções utilizadas

      Estado atual

      Final

      Nível de detalhamento

      Completo

      Datas de criação, revisão e eliminação

      Abril a julho de 2024

      Idioma(s)

      • português

      Sistema(s) de escrita(s)

        Fontes

        ENRIQUEZ VIVAR, J.; SIMÕES, S. S.; COUGO JUNIOR, F. A. Arquivo Histórico da Mineração Carbonífera: inventário dos fundos documentais 1889-1996. Porto Alegre: Formadiagramação, 2021. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/2387;

        Notas de manutenção

        Pesquisa: Liana Ribeiro, historiadora, em abril de 2024. Adaptação dos dados e digitalização das fontes para a base de dados do Acervos da Cultura: Guilherme Garcia, estágio em História, abril a julho de 2024.