Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1974 - 2017 (Produção)
Nível de descrição
Dimensão e suporte
Textual e iconográfico: 2,25 metros lineares
Fonte: estimativa realizada no âmbito do projeto “Acervo arquivístico da extinta FIGTF: recomposição lógica e orgânica para qualificação do acesso”.
Área de contextualização
Nome do produtor
História administrativa
As origens da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore remontam ao ano de 1954, quando os interesses de intelectuais ligados à Comissão Estadual de Folclore – os chamados “folcloristas de polígrafo” – e de tradicionalistas ligados ao 35 – Centro de Tradições Gaúchas levaram à criação do Instituto de Tradição e Folclore (ITF). Vinculado à recém-criada Divisão de Cultura da Secretaria Estadual da Educação do Rio Grande do Sul (1954), o ITF foi concebido para promover investigações e difusão de conhecimento a respeito das tradições e do folclore sul-rio-grandense. De acordo com Nedel, o Instituto “tirou jovens aprendizes do anonimato e concretizou o acolhimento oficial do tradicionalismo à estrutura estadual de governo”, tornando possível “associar burocraticamente ao estudo do Folclore o culto à Tradição” (2015, p. 154). Responsável pela realização de pesquisas sistemáticas, congressos e cursos de formação, o ITF chegou a constituir a Escola Superior de Folclore (dirigida à formação de professores da rede pública), mas foi extinto, possivelmente, em 1967, de acordo com estimativa de Nedel (2005). Na década seguinte, durante o governo de Euclides Triches, a organização foi recriada, desta vez sob a denominação de Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.
Estruturado como fundação de direito público, o IGTF foi institucionalizado através da Lei nº 6.736, de 19 de setembro de 1974, tendo como base de atuação a "pesquisa e a divulgação da cultura gauchesca" (RIO GRANDE DO SUL, 1974). Em 27 de dezembro do mesmo ano, o Decreto nº 23.613 aprovou o Estatuto da FIGTF, definindo suas finalidades básicas, seu modelo de organização e funcionamento e a constituição de seu patrimônio e receita. Em 31 de dezembro de 1974, o instituto passou à supervisão da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Decreto nº 23.662), condição que se alterou em 1981 (com a criação da Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo, através do Decreto nº 30.471). Este vínculo foi alterado posteriormente em outras ocasiões, devido a mudanças na estrutura administrativa do Estado, mas a FIGTF permaneceu ligada à pasta responsável pela Cultura. Por exemplo: de 1987 a 1989, a FIGTF integrou o Conselho Estadual de Desenvolvimento Cultural (CODEC) e, de 1989 a 1990, a Secretaria Estadual de Cultura, Turismo e Desporto, sucedida pela Secretaria da Cultura, criada pela Lei nº 9.117 de 20 de julho de 1990.
Durante suas primeiras duas décadas de funcionamento, as principais atividades desenvolvidas pela FIGTF foram a realização de pesquisas de campo voltadas à coleta de artefatos e registros de manifestações relacionadas à cultura do Rio Grande do Sul e o apoio a eventos de cunho cultural e artístico no estado – em especial os festivais de música nativista, com os quais o Instituto contribuiu com assessoria técnica. Durante este período, a instituição publicou a célebre série “Cadernos Gaúchos”, uma coletânea de publicações sobre temas vinculados ao folclore e às tradições do Rio Grande do Sul. Através do trabalho de profissionais especializados, a instituição reuniu também um importante e multifacetado acervo arquivístico, biblioteconômico e museológico, conjunto reunido na Biblioteca e Hemeroteca Glaucus Saraiva. Em 1990, este acervo foi complementado pela doação de mais de 2,5 mil monografias produzidas por alunos da Faculdade de Música Palestrina (FAMUPA), de Porto Alegre (RIO GRANDE DO SUL, 2017).
Ainda que as finalidades da FIGTF não tenham sido alteradas ao longo de sua trajetória, observa-se que, a partir de meados da década de 1990, o órgão passou a fomentar atividades menos vinculadas à investigação da cultura e do folclore sul-rio-grandense e mais atreladas à promoção das manifestações artísticas do Estado. Neste sentido, em 1999, a instituição inaugurou o Museu do Som Regional Edson Otto (INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS, 2011), integrado por publicações e, principalmente, por documentos de gênero fonográfico (discos de 78 RPM, compactos, LPs, K7s e CDs) produzidos no Rio Grande do Sul e/ou por artistas do Estado – e coletados por meio da campanha “Doe um disco, tchê!” (RIO GRANDE DO SUL, 2011; ARNECKE, 2012). No mesmo período, em maio de 2002, a instituição criou o Estúdio Público César Passarinho, destinado à gravação de programas radiofônicos, à produção de música regional e à digitalização dos conteúdos do Museu do Som Regional (RIO GRANDE DO SUL, 2002).
Ao menos desde 1985, a instituição coletava informações sobre a memória dos festivais de música nativista realizados no Rio Grande do Sul (TOLEDO, 1985). Neste sentido, em meados dos anos 2010, a FIGTF criou o Memorial dos Festivais, um espaço destinado a reunir o acervo arquivístico acumulado pela instituição ao longo de sua trajetória junto aos mais de 40 certames de música nativista realizados a partir de 1971 (COUGO JUNIOR, 2015). Além disso, na década de 2010, a instituição passou a investir esforços em diferentes projetos vinculados à cultura popular, como o carnaval de rua e as manifestações da cultura imaterial do Estado. Também nesta década, a fundação participou ativamente de grandes eventos, tais como o Acampamento Farroupilha, a Expointer e a Feira do Livro de Porto Alegre.
Em 16 de janeiro de 2017 a Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore foi extinta através da Lei nº 14.978. O encerramento das atividades da FIGTF ocorreu em virtude da execução do chamado Plano de Modernização Administrativa, que previu o enxugamento das estruturas administrativas do Governo do Estado do Rio Grande do Sul sob a justificativa de obter maior economicidade de recursos. De acordo com a legislação, a Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (SEDACTEL) passou a ser responsável por desempenhar as atividades antes exercidas pela fundação. Todos os bens da instituição foram revertidos em patrimônio do Estado. Em meados de 2017, as atividades do instituto foram formalmente encerradas.
História do arquivo
Ver a "História arquivística" do subfundo Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore - BR RSSEDAC FIGTF.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Aquisição, Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, 2017.
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
A série é composta por documentos em gênero textual e iconográfico referentes à história e administração básica da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore. Constam documentos datados de 1953 (período anterior à criação do ITF) a 2011. Além de fotografias das primeiras sedes e do funcionamento da instituição, a série apresenta clipagens de jornais (relacionadas à criação e aos primeiros anos de funcionamento da fundação), cópias de estatutos, relatórios de atividades, reproduções de organogramas funcionais e registros relacionados à história da FIGTF – incluindo sua relação com outras instituições, tais como o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).
Avaliação, seleção e eliminação
Não constam registros sobre avaliação e eliminação de documentos na série descrita.
Incorporações
Sistema de arranjo
Os documentos da série não passaram por intervenção arquivística técnica. Entretanto, é possível aferir atividade de classificação de documentos por assunto e ordenação por método cronológico.
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Sem restrições de acesso. A pesquisa está condicionada às regras da unidade responsável, o MARS.
Condiçoes de reprodução
As condições de reprodução obedecem às normas internas do Museu Antropológico do Rio Grande do Sul. O usuário deve consultar a instituição.
Idioma do material
- espanhol latino-americano
- português do Brasil
Script do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
A série é composta por documentos em gênero textual e suporte papel, totalizando 2,25 metros lineares (ou cerca de 30 volumes). A documentação encontra-se acondicionada em pastas, dispostas em estantes de metal, na reserva técnica do Museu Antropológico do Rio Grande do Sul, no prédio do Memorial do Rio Grande do Sul. O conteúdo da série não passou por intervenção arquivística, mas é possível aferir atividade de classificação de documentos por assunto. As pastas estão ordenadas por método cronológico (1953-2011). A condição de preservação dos documentos é satisfatória. A respeito dos requisitos técnicos exigidos, não há especificidades a serem mencionadas.
Instrumentos de descrição
A série não conta com instrumento de pesquisa detalhado.
Área de materiais associados
Existência e localização de originais
Os documentos textuais e iconográficos integralmente produzidos pelo FIGTF são originais.
Existência e localização de cópias
Não há conhecimento sobre cópias. Contudo, podem existir em conjuntos documentais sem intervenção arquivística localizados em outras unidades da Secretaria da Cultura.
Unidades de descrição relacionadas
Ver também as séries BR RSSEDAC FIGTF 01 (Presidência) e BR RSSEDAC FIGTF 03 (Direção Técnica) do subfundo FIGTF, compostas por documentos localizados no AHRS, BPE, DPNH, MUSECOM e no próprio MARS, sob custódia da Secretaria da Cultura.
Área de notas
Identificador(es) alternativos
Pontos de acesso
Pontos de acesso de assunto
Pontos de acesso de local
Pontos de acesso de nome
Pontos de acesso de gênero
Área de controle da descrição
Identificador da descrição
Identificador da entidade custodiadora
Regras ou convenções utilizadas
BRASIL. Conselho Nacional de Arquivos. NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.
CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS. ISAD(G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística. 2ª ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2000.
Estado atual
Nível de detalhamento
Datas de criação, revisão, eliminação
Elaboração da primeira versão: dezembro 2022.
Revisão da primeira versão: dezembro 2022.
Idioma(s)
- português do Brasil
Sistema(s) de escrita(s)
Fontes
Nota do arquivista
Esta descrição preliminar é produto do Acordo de Cooperação Técnica FPE nº 2149/2022 (Governo do Estado do Rio Grande do Sul) e nº 23081.010568/2022 (UFSM), firmados para execução do projeto de extensão nº 057125 (UFSM), intitulado “Acervo arquivístico da extinta FIGTF: recomposição lógica e orgânica para qualificação do acesso”, desenvolvido por meio de uma parceria entre o Departamento de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria e o Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa / Diretoria de Memória e Patrimônio, vinculados à Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul.